domingo, 17 de agosto de 2008

Meia Boca

Bossa Nova sem bossa na exposição que comemora os 50 anos da Bossa Nova na Bienal do parque do Ibirapuera em São Paulo.

A exposição apresenta um importante acervo de LPs, mas não oferece interatividade com o público.

Por isso, é incapaz de transmitir o que foi esse movimento músical, que surgiu da criatividade de uma geração pós ditadura militar.

Os organizadores da mostra poderiam ter utilizado mais componentes tecnológicos e audiovisuais, assim como ter reproduzido o ambiente boêmio da época através de shows e apresentações musicais.

Faltou criatividade e bossa nova.





Adriana Torres

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Agronegócio é sustentabilidade.




Fui ao sétimo congresso de agrobusiness organizado pela ABAG - Associação Brasileira de Agrobussiness. O evento realizado no WTC em São Paulo teve como tema central : Agronegócio e sutentabilidade.

Mas o que é sustentabilidade? Sustentabilidade significa utilização do meio ambiente hoje, sem gerar prejuízos ás gerações futuras.

Muita gente idealiza o setor como sendo o grande vilão do desmatamento e da destruição do meio ambiente, no entanto, durante o evento ficou claro que o setor se preocupa em produzir de forma sustentável, afinal o meio ambiente é sua matéria prima.

Prova disso é que eles próprios organizaram o evento em que participaram expositores das mais diferentes opiniões. Estavam presentes lideranças do Greenpeace, representantes povos da Amazônia, políticos, etc. para debater e encontrar soluções.

O que mais me chamou a atenção no debate foi o que disse o ex ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli. Segundo ele, o marco da agricultura sustentável no Brasil se deu com a criação da Embrapa, entidade responsável por agregar conhecimento e tecnologia a agricultura que é considerada a mais moderna do globo, e que tornou possível produzir mais em menos terra.

O governo não reconhece a produção de conhecimento e tecnologia como fator primordial para promover a sustentabilidade e cada vez destina menos dinheiro para tal finalidade. Na década de 70, 3% do PIB (Produto Interno Bruto) era investido em tecnologia o que possibilitou transformar o Cerrado no celeiro do mundo. Hoje menos de 1% do PIB é direcionado para isso. Um absurdo, uma vez que o setor é responsável por volta de 40% do PIB nacional.

Quando se trata da Amazônia Paolinelli afirmou que antes de intervir é preciso conhecer seu bioma, de maneira a tornar a floresta em pé mais interessante economicamente do que se fosse derrubada, e enfatizou que as ações tomadas nesse sentido são insuficientes.

Concordo com ele, acho que ONGs internacionais conhecem mais da nossa floresta do que nós mesmos. É preciso conhecê-la para protegê-la com inteligência.

É importante que a sociedade nos centros urbanos perceba o que se passa no campo e entenda como a comida que se compra nos supermercados é gerada com pioneirismo e a duras penas. E preciso encarar que os centros urbanos em si são péssimos exemplos de respeito ao meio ambiente e sustentabilidade. Cadê as APPs dos Rios Pinheiros e Tietê?

A sociedade como um todo deve ter como objetivo o equilibrio entre a econômia, o social e o ambiental.

Passou da hora de os partidos políticos abraçarem a causa do setor que possui a maior vantagem competitiva e capacidade para concorrer no mercado internacional e lutarem para que ele desenvolva todo seu potencial de sustentar e acelerar o crescimento econômico. Os países concorrentes recebem todo o apoio e numerosos subsídios.

No entanto, o congresso se mostra desalinhado com os interesses do setor, a burocrácia e a falta de infra-estrutura estão atrasando a evolução do principal negócio brasileiro. E o lesgilativo nem se fala, criminaliza o produtor com leis impossíveis de serem cumpridas.

Decisões centralizadas em Brasília não funcionam, apenas geram descompromisso e cultura estrativista. As pessoas passam por lá para tirar o máximo possível e de la saem sem contribuir para o país pelo mesmo lugar por onde entraram, pelo aeroporto JK.

O voto distrital é fundamental para que cada político seja cobrado a defender os interesses de cada região e de cada setor.Mas a reforma política nunca sai dos discursos.

Da maneira como está a maioria das pessoas é incapaz de se lembrar em quem votou na ultima eleição, pois os políticos não os representa nem como individuos e nem como setor.

Apesar de tudo isso o setor cresce superando as barreira criadas pelo governo que é incapaz de enxergar além das próximas eleições, e do julgamento equivocado da sociedade.

Adriana Torres